PROJETO UNA

Resumo dos Resultados do Projeto Una


Motivação

A bacia hidrográfica do rio Una está localizada, quase que em sua totalidade dentro do município de Taubaté-SP (86%), com o restante em Tremembé (8%) e Pindamonhangaba.(8%).

A importância dessa bacia foi analisada no Plano das Bacias Hidrográficas da Serra da Mantiqueira e do Paraíba do Sul. No Plano foi estabelecida uma ordem de priorização das bacias afluentes do rio Paraíba do Sul, utilizando como critérios o uso da água para abastecimento público, a taxa de urbanização da bacia, a existência de conflito pelo uso da água e do número de usos múltiplos da bacia. A bacia do Una foi classificada em quarto lugar.

Segundo o Plano, os principais problemas da bacia são de ordem conservacionista, principalmente o lançamento in natura de esgotos, a falta de proteção dos mananciais e a degradação de áreas, especialmente por atividades minerárias.

Observa-se que um dos problemas que restringem o abastecimento de água à população nos municípios brasileiros é o uso inadequado das terras que compõem as bacias dos rios principais e de seus tributários. Neste contexto, a bacia hidrográfica do rio Una, principalmente na parte superior, inserida dentro do município de Taubaté, tem apresentado sérios problemas ambientais em função de ações antrópicas negativas, como o uso inadequado do solo, que tem proporcionado a rápida sedimentação e assoreamento dos leitos, levando à redução na qualidade e quantidade das águas.

Visando reverter esse quadro, o Plano das Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul estabeleceu como metas de intervenção:

  • a redução do carreamento de partículas sólidas no ponto de captação para o abastecimento de Taubaté (M8) e;
  • a manutenção da qualidade da água no trecho inferior dentro do padrão da Classe 2 (M9).

A primeira meta (M8) atinge diretamente a população dos municípios de Taubaté e Tremembé, que foi estimada, na época, em 278.793 habitantes, e a segunda (M9) atinge ainda a população que se abastece da água do rio Paraíba do Sul em Pindamonhangaba, que totalizava 411.169 habitantes.

Para subsidiar ações que visem o cumprimento dessas metas é de fundamental importância a caracterização do meio físico, do uso da terra e dos recursos hídricos da bacia.


Objetivo

Estruturação e disponibilização de um banco de dados ambientais contendo informações sobre o meio físico, uso da terra e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Una. O banco de dados fornece informações georreferenciadas que subsidiam a elaboração de ações visando a redução da sedimentação do rio Una e a melhoria da qualidade e quantidade de água da bacia.


Principais Resultados

Estruturação e disponibilização de um banco de dados ambientais contendo informações sobre o meio físico, uso da terra e dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Una. O banco de dados fornece informações georreferenciadas que subsidiam a elaboração de ações visando a redução da sedimentação do rio Una e a melhoria da qualidade e quantidade de água da bacia.

O mapeamento de uso e cobertura da terra foi produzido a partir de uma análise preliminar do mosaico ortorretificado que demonstrou a necessidade de uma reavaliação das classes a serem empregadas. Devido ao grau de detalhamento oferecido pelo produto base, optou-se por acrescentar classes ao Mapeamento de Uso e Cobertura da Terra, possibilitando com a utilização de novas classes, uma representação mais detalhada do uso da terra para enfatizar áreas degradadas. Nesse contexto, as classes utilizadas no mapeamento foram definidas conforme as descrições abaixo:


  • Agricultura – áreas que apresentaram a cobertura do solo com uso agrícola, culturas anuais ou perenes.
  • Área degradada – áreas que sofreram degradação pelo mau uso e ou ocorrência de acidentes naturais, condicionando áreas de severa degradação ambiental, (voçorocas, deslizamentos e desmoronamentos).
  • Área Minerada – áreas ocupadas por atividades minerárias ou obras de engenharia que resultam na remoção da vegetação e do solo locais, (pedreiras, jazidas, portos de areia etc...).
  • Área Urbanizada – áreas de ocupação predominantemente urbana, apresentando os principais aparelhos de caracterização de áreas urbanas descritos no Art. 2° Inciso XIII Alínea “b” itens 01 a 06 da Resolução CONAMA 303 de 20 de março de 2002.
  • Corpos d’Água – lagos, lagoas ou rios cuja lâmina d’água seja delineável na escala de mapeamento.
  • Mata ou Capoeira – áreas de vegetação natural primária, pioneira ou secundária em estágio inicial, médio ou avançado de regeneração.
  • Pasto – áreas ocupadas por pastagens naturais ou implantadas.
  • Pasto degradado – áreas ocupadas por pastagens naturais ou implantadas apresentando expressivo quadro de erosão laminar.
  • Pasto sujo – áreas ocupadas por pastagens naturais ou implantadas apresentando quadro de abandono na utilização e manutenção, apresenta ainda regeneração da vegetação nativa em estágio inicial, com predominância de arbustos e árvores espaçadas.
  • Reflorestamento – áreas ocupadas por reflorestamentos com Eucaliptus sp., Pinus sp. ou outras espécies exóticas.
  • Reflorestamento cortado – áreas ocupadas por reflorestamentos com Eucaliptus sp., Pinus sp. ou outras espécies exóticas, que se apresentam em época de corte raso pela extração de madeira.
  • Solo Exposto – áreas sem cobertura vegetal ocasionadas por preparo de solo, (aração e ou gradagem), destinado ao uso agrícola.


O mapeamento de áreas protegidas foi produzido pelo agrupamento em um único plano de informação de cada classe de APP obtida individualmente, com a seguinte disposição das classes, 1° Nascentes, 2° Margens de Rios e Corpos D’água, 3° Declividade Superior a 45 graus ou 100%, 4° Altitude Superior a 1800m e 5° Topos de Morro. Do agrupamento destas classes num único plano de informações, obtém-se um Mapa de Áreas de Preservação Permanente, sem que haja uma sobreposição de classes em uma mesma área.


Mapa de Áreas de Preservação Permanente

Além das APPs, também foram identifcadas as Áreas de Proteção Ambiental (APA) por meio de levantamento em órgão federal (IBAMA), estadual (SMA) e municipal, do qual verificou-se que existe somente duas áreas de preservação ambiental dentro da bacia do Rio Una: a) APA Federal 057 da Bacia do Rio Paraíba do Sul e b) APA Municipal Vila Industrial da Bacia do Rio Una representadas no Mapa áreas de proteção ambiental.


Mapa áreas de proteção ambiental (A) APA Municipal Vila Industrial e (B) APA Federal 057 da Bacia do Rio Paraíba do Sul

A partir da comparação entre os mapas de APP e de Uso da Terra, foi gerado o Mapa de Não Conformidade, do qual foi observado que 52,9% da área está dentro dos padrões de uso esperado para a área da Bacia do Rio Una, enquanto que 47,1% usam irregularmente as áreas de preservação permanente.


Mapa de Não Conformidades (vermelho - área não conforme e verde - área conforme)

O Mapa de Vulnerabilidade Ambiental foi gerado a partir da integração de informações existentes nos mapas temáticos com as informações obtidas nas ortofotos, dentro de cada Unidade Territorial Básica (UTB). Assim, foi possível atualizar as informações temáticas, obtendo-se um quadro real da situação morfodinâmica da unidade, de maneira a caracterizar sua constituição física, química e fitoecológica para a época da ortofoto utilizada. Descrição das classes do Mapa:


  • Aluvião: esta classe está representando as planícies aluviais dos rios da área. São regiões que se caracterizam pela sua forte instabilidade por ser uma área contígua ao leito dos rios, eventualmente recoberta por água nos períodos de cheia, constituída de camadas sedimentares depositadas durante o regime atual ou anterior dos rios da área.
  • Terraços: esta classe está representando os terraços da área. É caracterizado por uma superfície plana ou levemente inclinada, constituída por depósito sedimentar, ou superfície topográfica modelada pela erosão fluvial ou lacustre. É um patamar interrompendo um declive contínuo.
  • RMM mata: risco de movimento de massa em áreas fortemente instáveis a movimentos de massa, em áreas protegidas pela cobertura vegetal.
  • RMM pasto sujo: risco de movimento de massa em áreas fortemente instáveis a movimentos de massa, em áreas sem proteção de cobertura de mata, porém existe o início de uma recuperação da vegetação, que poderá ser removida para a formação de um pasto.
  • RMM reflorestamento: risco de movimento de massa em áreas fortemente instáveis a movimentos de massa, em áreas sem proteção de cobertura de mata, porém existe a cobertura de vegetação de espécies exóticas, que podem ser removidas para a utilização da madeira.
  • RMM outros usos: risco de movimento de massa em áreas fortemente instáveis a movimentos de massa, em áreas com os seguintes usos: área degradada, área urbanizada, áreas cultivadas, atividades minerarias, corpos d’água, pasto, pasto degradado, reflorestamento cortado e solo exposto.
  • Estável: processos erosivos em áreas com muito baixo risco de ocorrência de processos de denudação.
  • Moderadamente Estável: processos erosivos em áreas com baixo risco de ocorrência de denudação.
  • Medianamente Estável/Vulnerável: processos erosivos em áreas com médio risco de ocorrência de denudação.
  • Moderadamente Vulnerável: processos erosivos em áreas com grau mais elevado que o anterior, em relação ao processo de denudação.
  • Vulnerável: processos erosivos em áreas com muito alto risco em relação ao processo de denudação.

Mapa de Vulnerabilidade Ambiental (Erosão e Movimento de Massa)

Equipe Técnica

Coordenador do Projeto: Dr. Getulio Teixeira Batista – UNITAU/IPABHi
Pesquisador: Dr. Marcelo dos Santos Targa – UNITAU
Pesquisador: MSc. Celso de Souza Catelani - IPABHi
Pesquisador: Dr. Nelson Wellausen Dias – UNITAU/IPABHi
Técnico: Tiago dos Santos Agostinho – LAGEO/UNITAU


Informação de Contato

Instituto de Pesquisas Ambientais em Bacias Hidrográficas (IPABHi)
Estrada Dr. José Cembranelli, 5000, Bairro Itaim, Taubaté, SP, CEP 12081-010
E-mail: contato.ipabhi@gmail.com



E-mail: contato.ipabhi@gmail.com

CONTRATO FEHIDRO N° 280/2002